quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Onde Está o Meu Filho?

Muito ouve-se falar da tenebrosa fase dos dois anos… Alguns a denominam "Terrible Two". Quando Gabriel nasceu, aos 10 dias, ele começou com choros ininterruptos, desconforto ao mamar, não dormia em nenhum lugar exceto meu braço, não ia para o braço de ninguém, e por aí vai. É cólica, diziam uns; é refluxo, outros; é esofagite, é isso, é aquilo… Bom, na tentativa desesperada de amenizar o seu sofrimento e, lógico, o meu que chorava com ele também, além da exaustão e das dores do pós parto, comecei uma saga em muitos consultórios médicos. Pediatra, GastroPediatra, Homeopata… Um sem fim de clínicas e consultas! Até que uma gastro me falou: "Waleska, muito provavelmente Gabriel não tem nada, está apenas sentindo a chegada ao mundo. Até os dois anos eles ainda acham que eles e a mãe são um só." Enfim, o refluxo foi descartado por que ele engordava além do esperado, a provável esofagite foi combatida com um antiácido e eu, mesmo sem curso de medicina, fui retirando toda a medicação dele sem indicação médica pois não via nenhuma melhora com ela. Depois deste dia, comecei a ficar com ele o tempo todo, colocava ele no Sling e ia cuidar de Sophia, arrumar as coisas deles, brincar com ela e, aos poucos, ele foi se acalmando. Gabriel hoje tem 3 anos. Confesso que não senti a fase dos dois nem com ele nem com Sophia. Aqui, parece que ela chegou mais tarde, aos três anos! Gente, o que é isso??? Onde está meu filho??? Birrento, totalmente do contra, desobediente, ousado, arrengueiro… Olhe, é um desafio diário à paciência de Madre Tereza de Calcutá - imagine à minha, mera mortal que sou?! Mas, como tudo na linha do tempo deles, é mais uma fase e vai passar. Li um livro que muito tem me ajudado nesta fase deles: Já Tentei de Tudo! Nossa, tem algumas dicas lá que abriram meus olhos. Um dos poucos livros que li sobre maternidade, filhos e tal que realmente valeu a pena. Lógico que tem coisas lá que só um monge budista é capaz de agüentar e seguir, por que, como já falei, a análise é feita apenas sob o olhar da criança, esquecendo que a mãe tem sentimentos, limites, cansaço, TPM e, no meu caso, mais dois filhos para cuidar, um marido para dar atenção, uma casa para administrar… Então, agarro-me a isto para me perdoar pelas vezes que não consigo segurar minha onda e perco a paciência, embora o perdão não me livre do remorso, do arrependimento e da promessa de que "não vou mais perder a paciência!" Mas tudo faz parte! Ser mãe é estar constantemente tentando acertar, é sempre ter uma segunda chance para fazer melhor. Enquanto observo Gabriel nesta fase "terrível", procuro olhar sob a ótica dele. É importante pensar na imaturidade deles, na dificuldade deles que muitas vezes tentam se expressar mas não conseguem se fazer entender, na frustração de perceber que não podem fazer tudo, da raiva que sentem quando não conseguem realizar uma tarefa simples pois, nesta idade, começam a querer fazer tudo sozinhos. Enfim, a fórmula parece simples, mas a prática é mais complicada… Principalmente quando percebemos que, no fundo, eles muitas vezes são o nosso espelho, a nossa miniatura. É difícil se enxergar no outro, não é? Especialmente quando enxergamos o que desejamos mudar. Talvez a solução esteja exatamente aí… Mudando o que mais condenamos em nós, seremos o exemplo. Este sim, muito mais eficaz que palavras e castigos.

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