sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Não Desnecessário

Há tempos venho refletindo a respeito da mãe que sou e daquela que gostaria de ser...
E tenho percebido que, e poucos porém cruciais aspectos, estou longe de ser o meu protótipo perfeito.
Ultimamente tenho sido freqüentemente reprovada no quesito paciência e no uso do não desnecessário...
O não desnecessário é aquele que você usa para diminuir o seu trabalho, muitas vezes até por preguiça mesmo de dar uma explicação. É o não que pode até evitar um machucadinho inofensivo, mas que poda o reflexo explorador e imaginário do seu filho. Como conseqüência, deste uso desnecessário, temos crises de birra mais freqüentes, já que esta é a única forma que eles encontram para demonstrar suas frustrações.
Se existe algo que me amedronta como mãe, é ser responsável por deixar em meus filhos alguma cicatriz, alguma seqüela emocional... Sei que isso é praticamente impossível, mas há comportamentos que estou lutando para vencer a fim de me tornar uma mãe mais tranqüila e paciente, sem tanto remorso e culpa me rondando.
São pequenos aspectos que, sei, farão enorme diferença não apenas para eles, mas, principalmente, para mim. E não há nada até hoje que dependesse única e exclusivamente de mim e de Deus que eu não tenha conseguido.
E se Ele me diz que eu posso, EU POSSO!!!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Um é Pouco, Dois é Bom, Três… É melhor ainda!!! Pelo menos para mim!

Quando você tem mais de um filho, a comparação é inevitável...
E não falo apenas da comparação entre eles, mas da atenção dispensada a cada um seja da família, seja de terceiros...
No enxoval de Sophia, encomendei um certo número de lembrancinhas da maternidade. Tive que completar o pedido umas três vezes!! Era tanta gente querendo ver a primogênita que o cálculo inicial furou em dezenas...
Aí veio Gabriel! Pensei: Não vou errar na conta desta vez! E pedi o mesmo número de lembrancinhas de Sophia, contabilizando os pedidos extras, lógico.
Sobrou mais da metade! Além disso, a notícia da gravidez é recebida como se você estivesse decretando uma sentença à primogênita, quando, na verdade,  eu estava dando a ela o melhor presente de toda sua vida: um irmão!

Sabe, é muito fácil falar algo e depois simplesmente pedir desculpas, mas a verdade é que a desculpa não apaga a cicatriz. Hoje, quando vejo a grande maioria das pessoas celebrando a chegada de Beatriz ou me parabenizando pela linda família que construí é impossível não lembrar do quanto fui taxada de louca quando anunciei a minha terceira gravidez. É mais ou menos assim: “As novas idéias são primeiro ignoradas (...) Depois as novas idéias são ridicularizadas, depois violentamente combatidas e enfim adotadas pelos que sempre as combateram e que passam a dizer: Eu sempre falei isso...” E por que eu estou escrevendo isso? Por que estava arrumando as coisas deles e vi as toalhinhas que preparei com tanto carinho para a chegada de cada um. Por que para uma mãe, pelo menos para mim, não importa se é o primeiro, o segundo, o terceiro ou o décimo... O amor é o mesmo desde a remota possibilidade da existência de cada um.  





segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Diário de Um Dedo


Ontem você me abandonou... Senti muito sua falta! Durante todo o dia você sequer me notou!! Eu bem que tentei te seduzir mas sua mãe não deixou espaço! Você mal teve tempo para pensar!!! Sabe, olhando de fora, dá para perceber como ela ama você... Até colocou o esparadrapo no dedo dela também para ficar igual! E ela não desiste, não é? Vou te contar uma coisa: ontem, quando você dormiu, ela me tirou da sua boca! E acordou várias vezes só para ver se você estava me chupando! Hoje a gente já deu umas escapadinhas, mas a mulher parece que tem 1000 olhos! Acho que vou perder esta batalha... Mas quer saber? Vou adorar! Afinal, se você me esquecer, vamos ainda andar muito juntos... E, desta vez, sentindo a brisa e o sol, correndo na sua bicicleta!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Educação Domiciliar

Depois que fui mãe me tornei uma medrosa!

E este medo é quem, ao mesmo tempo, me encoraja a lutar pela felicidade dos meus filhos.

Felicidade, ao contrario do que muitos pregam, não é direito, é conquista. E, portanto, eu luto diariamente para conseguir dar a eles um ambiente familiar sadio, direcionando suas vidas sob a ótica cristã, pautada nos valores e princípios que balizam a nossa fé.

A decisão de adiar ao máximo a ida dos nossos filhos para a escola está baseada não apenas na imaturidade deles, mas, principalmente, no tipo de educação que está sendo dada nestas escolas.

A princípio dirão que sou louca, que estou ficando neurótica e coisa e tal, mas tenho procurado cada vez mais me inteirar dos fatos e o que tenho descoberto é de deixar qualquer mãe desesperada.

Tenho devorado livros, lido muitos artigos na internet, estou fazendo dois cursos… Enfim, tenho descoberto que neste universo chamado maternidade há muito a se desenvolver e percebo hoje, claramente, como é importante a presença de uma mãe em casa supervisionando esta educação.

E não falo apenas de estar atenta aos erros de português ou à tabuada, mas acima de tudo ao conteúdo adequado à idade dos nossos filhos, preservando neles a pureza, a inocência. Macular isto é, para mim, um crime sem perdão!

Hoje terminei o livro Torturado Por Amor a Cristo. Com ele percebi que nossas crianças são presa fácil para aqueles que desejam moldar suas mentes com seus ideais. Parece bobagem? Loucura? É até os seis anos que a criança constrói sua personalidade, portanto é imprescindível que nós, como família, sejamos seus balizadores. Cabe aos pais, e não à escola, a tarefa de conduzir e educar os filhos. Com a ida cada vez mais precoce de crianças para escolinhas e creches, esse papel está dia a dia sendo transferido. A idéia de educação domiciliar vai além de ensinar matemática, português, artes ou ciências… Para mim é uma forma genuína de amor e cuidado.

Deixo aqui dois blogs que muito tem me ajudado nesta tarefa de educar e ensinar nossos filhos:

1) encontrandoalegria.blogspot.com.br  da Camila Abadie
2) comoeducarseusfilhos.com.br do Professor Carlos Nadalim







terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Lições de Amor - ou DO Amor?!

Cada filho traz na sua bagagem um infinito de ensinamentos e realizações. Ser mãe é algo que transforma e engrandece e, no meu caso, ser mãe de três faz deste ofício uma nobre tarefa e um eterno aprendizado.
Ser mãe de Sophia me fez conhecer e experimentar as maiores e melhores sensações de minha vida. A descoberta da gravidez, o ouvir o coração, senti-la mexer pela primeira vez… Tudo que uma grávida anseia e vive na intensidade da descoberta. Foi como perceber as primeiras cores de um nascer de sol perfeito! Abriu-se para mim um novo mundo do qual desejei nunca mais sair… Neste novo universo, conheci aquele amor que não vivemos mais sem, descobri o medo na sua maior intensidade e me entreguei de corpo e alma a alguém, como nunca havia feito em minha vida. Este amor trouxe o que me faltava, como o último toque de cor de uma tela de aquarela. Quando ouvi seu choro, toda aquela emoção transbordou, em uma enxurrada de sentimentos, desaguando na maior alegria que pude até então ter vivido. Quando a segurei em meus braços, percebi que já éramos íntimas, que os laços que nos uniam iam além do sangue, que estávamos entrelaçadas pelo amor, conectadas pelo olhar, pelo cheiro, pela voz… Nascia ali uma mãe! Nascia, naquele momento, a melhor versão de mim!
Gabriel trouxe com ele a certeza da minha vocação. Descobri, com sua chegada, que é possível sim amar dois tão louca e intensamente. E, de uma maneira mais serena, considerando que a primeira vez é sempre mais intensa, vivi a gestação dele de maneira tranqüila, sem a certeza da despedida, visto que ainda sonhava com uma terceira barriga. E ele chegou… Aumentando a minha responsabilidade e duplicando o meu amor. Veio me provar que sou muito mais forte do que imaginava, que o amor faz brotar a força em meio à tempestade. Aquele pequeno ser tinha um elo tão forte comigo, uma necessidade de estar em meus braços, como se eu fosse o seu calmante, o seu porto seguro, a margem do seu mar… Crescemos em número e em amor! Éramos quatro! Aí veio Beatriz… E trouxe com ela toda a saudade de uma despedida. Trouxe a intensidade da certeza da última vez, o desejo de aproveitar e viver cada sentimento sabendo que eram os últimos. E eu aproveitei! Desfilei meu barrigão, fotografei todas as semanas, curti. De todas as gestações, foi sem sombra de dúvidas a mais difícil, a mais cansativa. Ela já veio me trabalhando desde o ventre! Seu parto foi difícil, com emoções extras e desnecessárias. Mas Deus tem um plano para cada um de nós, e Beatriz chegou para cumprir o seu, trazendo o complemento de felicidade que nos faltava, como a última peça de um quebra cabeça. E, dia a dia, tem nos embriagado de amor! Se eu pudesse escolher um sentimento que pudesse definir estes últimos anos, escolheria a gratidão. E dela, vejo brotar todos os outros sinônimos da felicidade. Neste intervalo de aproximadamente cinco anos vivi e aprendi muito mais do que nos outros 37… Na minha escola da vida, meus filhos são, com toda certeza, meus melhores professores, minhas melhores lições.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Difícil Arte da Paciência

Dos muitos desafios que a maternidade tem, acredito que o maior deles é manter a calma diante de situações adversas…
Sophia tem testado, diariamente, TODOS os meus limites. E Gabriel, sombra que é, muitas vezes copia Ipsis Litteris suas malcriações. O "X" da questão, para mim, está na eterna dúvida de não saber o que é da idade, o que é birra, o que é ciúmes - considerando que estamos com uma nova princesa em casa - e o que é gênio mesmo… Eu tento sempre levar o conflito na conversa, mas quando ela entra naquela freqüência de choro que invade o cérebro e enlouquece, confesso, é difícil manter a calma. Nesses dias eu simplesmente gostaria de sumir, ficar só por um instante ou por horas… Mas é paradoxal esse sentimento! Grávida de Beatriz, às voltas com os enjoos, experimentei a estranha sensação do silêncio da casa vazia. O que seria um ótimo momento para descansar tornou-se uma inquieta espera, onde o tempo não passava e onde eu já morria de saudade do barulho, da bagunça. É exatamente assim que se processa comigo: a vontade, como a própria palavra traduz, dá e passa. O silêncio da ausência é diferente do silêncio da noite, onde todos dormem, por que sabemos que estão bem ali ao nosso alcance. Eu, como mãe, posso afirmar que o primeiro som mais lindo de um filho é o do choro quando ele nasce; o segundo, suas primeiras palavras, mas o da sua respiração dormindo é algo que faz qualquer mãe suspirar, embora tenha dias que você sinta saudade e tenha até vontade de acorda-los. 
A chegada de Beatriz trouxe algumas regressões à dupla dinâmica. Sophia já pediu para colocar fraldas durante o dia, Gabriel tem falado como um bebê e pedido braço, enfim, é notório que eles estão percebendo que a miúda está "roubando" uma fatia da mãe deles. Tenho me dividido como posso, mas a amamentação não deixa muitas alternativas quando você escolhe exece-la sob livre demanda. Assim, após as mamadas, tenho deixado Bia um pouco com a babá para poder sair para passear com eles pelo condomínio, leva-los à natação, dar o banho deles, contar estórias ou simplesmente ficar dando muito amor e carinho para tentar mostra-los que meu coração expandiu-se para poder dividir-se novamente, desta vez em três porções de igual tamanho.
Percebo que, dedicando um pouco mais de atenção a eles, as birras diminuem, como se eles as usassem para chamar minha atenção, como se fosse mesmo um pedido de ajuda, de socorro. Acontece que nem sempre estamos com a mente descansada e com a visão assim tão nítida para perceber e acabamos explodindo junto com eles, o que, para mim, só piora a situação.
É que junto com a explosão, segundos depois, vem a ressaca do remorso… Principalmente quando seu filho olha para você e diz: "Não fica zangada comigo não, mamãe!" Nestas horas, gostaria de ter um casulo onde pudesse me esconder… Ficar ali esperando minha metamorfose se completar para que saísse dele a mãe perfeita que eu sonhei ser para eles. Mas não sou! Sou simplesmente mãe, mera mortal, cheia de imperfeições, mas que segue confiando que, embora imperfeita, busco dia a dia ser a melhor mãe que consigo. Falhas sempre vão existir, desculpas sempre irei pedir, mas vou seguir neste caminho buscando ser, a melhor mãe que eu puder ser. Se Deus me deu 3 chances, devo lá ter meus méritos! 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Onde Está o Meu Filho?

Muito ouve-se falar da tenebrosa fase dos dois anos… Alguns a denominam "Terrible Two". Quando Gabriel nasceu, aos 10 dias, ele começou com choros ininterruptos, desconforto ao mamar, não dormia em nenhum lugar exceto meu braço, não ia para o braço de ninguém, e por aí vai. É cólica, diziam uns; é refluxo, outros; é esofagite, é isso, é aquilo… Bom, na tentativa desesperada de amenizar o seu sofrimento e, lógico, o meu que chorava com ele também, além da exaustão e das dores do pós parto, comecei uma saga em muitos consultórios médicos. Pediatra, GastroPediatra, Homeopata… Um sem fim de clínicas e consultas! Até que uma gastro me falou: "Waleska, muito provavelmente Gabriel não tem nada, está apenas sentindo a chegada ao mundo. Até os dois anos eles ainda acham que eles e a mãe são um só." Enfim, o refluxo foi descartado por que ele engordava além do esperado, a provável esofagite foi combatida com um antiácido e eu, mesmo sem curso de medicina, fui retirando toda a medicação dele sem indicação médica pois não via nenhuma melhora com ela. Depois deste dia, comecei a ficar com ele o tempo todo, colocava ele no Sling e ia cuidar de Sophia, arrumar as coisas deles, brincar com ela e, aos poucos, ele foi se acalmando. Gabriel hoje tem 3 anos. Confesso que não senti a fase dos dois nem com ele nem com Sophia. Aqui, parece que ela chegou mais tarde, aos três anos! Gente, o que é isso??? Onde está meu filho??? Birrento, totalmente do contra, desobediente, ousado, arrengueiro… Olhe, é um desafio diário à paciência de Madre Tereza de Calcutá - imagine à minha, mera mortal que sou?! Mas, como tudo na linha do tempo deles, é mais uma fase e vai passar. Li um livro que muito tem me ajudado nesta fase deles: Já Tentei de Tudo! Nossa, tem algumas dicas lá que abriram meus olhos. Um dos poucos livros que li sobre maternidade, filhos e tal que realmente valeu a pena. Lógico que tem coisas lá que só um monge budista é capaz de agüentar e seguir, por que, como já falei, a análise é feita apenas sob o olhar da criança, esquecendo que a mãe tem sentimentos, limites, cansaço, TPM e, no meu caso, mais dois filhos para cuidar, um marido para dar atenção, uma casa para administrar… Então, agarro-me a isto para me perdoar pelas vezes que não consigo segurar minha onda e perco a paciência, embora o perdão não me livre do remorso, do arrependimento e da promessa de que "não vou mais perder a paciência!" Mas tudo faz parte! Ser mãe é estar constantemente tentando acertar, é sempre ter uma segunda chance para fazer melhor. Enquanto observo Gabriel nesta fase "terrível", procuro olhar sob a ótica dele. É importante pensar na imaturidade deles, na dificuldade deles que muitas vezes tentam se expressar mas não conseguem se fazer entender, na frustração de perceber que não podem fazer tudo, da raiva que sentem quando não conseguem realizar uma tarefa simples pois, nesta idade, começam a querer fazer tudo sozinhos. Enfim, a fórmula parece simples, mas a prática é mais complicada… Principalmente quando percebemos que, no fundo, eles muitas vezes são o nosso espelho, a nossa miniatura. É difícil se enxergar no outro, não é? Especialmente quando enxergamos o que desejamos mudar. Talvez a solução esteja exatamente aí… Mudando o que mais condenamos em nós, seremos o exemplo. Este sim, muito mais eficaz que palavras e castigos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cadê o Manual de Instruções?

Cada filho traz, consigo, alegrias e realizações sem fim, mas, também, um infinito de desafios.
Querer enquadrar uma criança em alguma escala ou definição é algo que nunca funcionou para mim, e, ainda que muitos livros vendam lá suas receitas, acredito que é no dia a dia que vamos nos encaixando e descobrindo a melhor forma de conviver e educar. Os livros de maternidade parecem ter sido escritos apenas para as mães, mas muitos deles pecam por não perceberem que a adaptação não é unilateral: é preciso também enquadrar estas mães. Que tipo de mãe eu sou, afinal?!
A descoberta de minha primeira gestação me fez buscar avidamente por conhecimento… Descobrir o que estava se processando com meu corpo e como era a evolução daquele pequeno ser na minha barriga. Além disso, comprei livros e mais livros de como fazer seu bebê dormir, comer, se comportar, parar de chorar, gostar disso e daquilo… Não foi de tudo tempo perdido, mas, se me permitem dizer, uma mãe não surge quando seu filho nasce, ela apenas começa a jornada! A metamorfose de lagarta para borboleta leva tempo e, como toda adaptação e mudança, um pouco de dor e desconforto.
É preciso ter em mente que vive-se um período de luto… Onde morrem as prioridades, onde morrem sonhos para dar espaço para outros ainda mais lindos e maiores. E, dentre todos, o maior sonho de uma mãe, creio, é ver seu filho feliz… E esta jornada inicia-se tendo você como primeira responsável por realizar isso. Qual mãe, em sã consciência, não é capaz de fazer tudo para ver seu filho feliz?! A gente sempre acha que é preciso muito para isso, mas a verdade é que é muito mais simples do que pensamos… E como aprendemos? Com eles, afinal eles nos ensinam muito mais do que os livros! São eles que nos diplomam para o ofício de ser mãe! Assim, deixemos de lado as receitas e sigamos mais nossos instintos. Cada bebê é único! Tentar enquadra-los é, de certa forma, limita-los… Permitamos que eles descubram - e ensinem - que é preciso apenas ter em mente que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta… O amor nunca falha!


A Geração de Órfãos de Pais Vivos

O dia hoje começou com a constatação de uma triste realidade... Um coleguinha dos meninos, de 2 aninhos, começou na escola. O pai, com a irmã de 6 meses no braço, abriu a boca e falou: no próximo ano ela vai! Não vejo a hora! É isso que me entristece e por vezes, me revolta!Não sou contra colocar filho em creche ou escola, mas sou totalmente contra atitudes como essa, de mandar um filho para se livrar do trabalho. Aí outro dia escutei a pérola: Vou viajar mesmo, ela não vai morrer por causa disso!  A "ela" em questão é uma bebê de 6 meses!!! É, realmente, ela não vai morrer, assim como não morreria se você passasse mil anos fora, mas a pergunta que deve ser feita é: como isso irá afeta-la, quanto sofrimento será impingido a ela? Crianças sentem nossa falta, desejam nossa companhia. Não são produtos que podem ser descartados, trocados ou devolvidos. Há quem não acredite, mas as palavras marcam, estereotipam, ferem... E, de tanto serem proferidas - e ouvidas - podem definir comportamentos, ferir sentimentos, influenciar no temperamento das crianças. Ainda que seu filho não seja capaz de demonstrar e expressar tristeza, frustração ou dor de outra forma de que não seja o choro, ele sente o amor, a repulsa, o alívio ou a irritação. O que será desta geração criada por tablets e escolas integrais só o tempo dirá... Mas lamento profundamente por que o resultado desta experiência vai recair sobre os mais inocentes. E ainda há quem pense que nascer em berço esplêndido é garantia de afeto...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Um Domingo Perfeito...

Acordar às 05:00 da manhã de um domingo pode ser, para muitos, um massacre, uma tortura… Acredite, há momentos em que para mim também o é… Mas com o tempo a gente começa a tentar encontrar um consolo. Hoje, particularmente agora à noite, encontrei não apenas este consolo, mas uma motivação, um estímulo… Eis o fato: acordei às 05:00 com Beatriz. Hoje Gabriel perdeu a hora e acordou às 05:30! Quando me aproximo do berço, ainda na penumbra, meus olhos encontram aquele olhar que, sabemos, está à sua procura. A certeza de que eu era esperada veio estampada em um sorriso banguela que derreteu meu coração de tal forma que me fez acreditar que eu havia dormido 12 horas seguidas! De repente o grito: MAMÃE!!! VEM!!! Era o príncipe, que após encher o tanque com seu leitinho juntou-se a nós. Por fim, próximo das 07:00, arrastando seus inseparáveis paninhos, acordou a primogênita, com seu cabelo despenteado realçando ainda mais sua beleza matinal ímpar.
Comemos e fomos passear… Deixei Beatriz com a babá e fui andar de bicicleta com a dupla. Colhemos araçás, acerolas, amoras… E por fim retornamos para casa onde uma sala completamente bagunçada suplicava organização. Tiramos o dia para arrumar os brinquedos! Quero dizer, eu tirei, pois eles conseguiam bagunçar ainda mais o que parecia impossível! Com um sol castigante e um calor insuportável, fomos para a piscina. A dupla logo se animou! Regras definidas, pegamos novamente a bicicleta, que mais parece um transporte coletivo, e fomos alimentar sorrisos e construir lembranças. Voltamos e encontramos uma miúda faminta! Enquanto alimentava minha pequena, a dupla subiu para tomar banho. Papai já preparava o churrasco que seria nosso almoço. À tarde continuamos na infrutífera tentativa de arrumar os brinquedos… A esta altura, os marujos já tinham abandonado o navio e eu estava sozinha tentando pelo menos coloca-los nas caixas. Foi quando Gabriel, utilizando todo seu charme, pediu sua tesourinha para cortar as folhinhas do pé de acerola (como o jardineiro faz). Relutei. Mas ele insistiu. E eu, naquela ânsia de me livrar de menino atrapalhando o meu serviço, cedi. Fiquei de olho! Das duas ou três vezes que eu olhei, eles realmente estavam aparando a planta. Ele entrou de novo. Pediu um picolé. Dei. foram chupar no jardim. "Mamãe, limpa minha barriguinha!", gritou o anjo. Encontro um protótipo de porquinho já todo molhado tentando se limpar sozinho. Foi quando percebi a arte… Ali estava! Embelezando ainda mais aquele rosto, uma janela no cabelo de Gabriel! Meu Deus, eu só pensava nas fotos do aniversário e na que teremos que tirar para o visto. Foi quando ouvi a babá dizer: Sophia cortou também! Olha aqui! Quando cheguei no pé de acerola, um tapete dourado, de cachos e mais cachos, movimentava-se embalado pela brisa. No caso dela, não nota-se muito pois ela não cortou na raiz como Gabriel fez, mas o estrago também foi grande!
Cai a noite… E às 18:00, após um banho morno e uma mamada, Beatriz sucumbe ao sono. Vou para nosso quarto brincar com a duplinha. Muitas gargalhadas depois, solto o comando: Colocar pijaminha, escovar dentinho, ler estorinha e… DORMIR! Eles completam com os olhos transparecendo a alegria de um dia perfeito. Gabriel sequer escutou a estória. Nocaute. Dois já foram, falta uma! Já aconchegada em meus braços, sussurro em seu ouvido a declaração diária: EU TE AMO, MINHA PRINCESA. A resposta derreteu meu coração e encheu de lágrimas os meus olhos: Eu também, Mamãe. Amo você e toda nossa família! Pode me acordar amanhã novamente às 05:00?!?!

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Em Busca de um Sonho...

Eu resisti um pouco à idéia de criar um blog, principalmente sobre maternidade… É que, apesar de ter sido agraciada com três tesouros, ser mãe é sempre estar pedindo uma segunda chance para acertar. Estamos em constante evolução, dia a dia sendo moldada e provada, ora realizando-se ora frustrando-se quando nos perdemos naquela fração de segundos que separa a razão do remorso.
Mas aqui estou eu, traçando as primeiras linhas rumo à realização de um sonho: o de ser Amélia! Sim, parece que hoje vivemos um processo de volta às origens, onde a mãe era a senhora do lar, sempre presente na vida dos filhos, vivendo para eles…Foi assim comigo! Está sendo! Primeiro chegou Sophia e o processo teve seu start… Com Gabriel, o desejo aumentou e, com ele, uma corrida desenfreada para estar em casa o maior tempo possível. Aí chegou Beatriz… E com ela, a certeza de que eu seria a mulher mais feliz e realizada se pudesse largar tudo para ficar só com eles. Só? Quem vê pensa que é pouca coisa…
Vejo claramente a necessidade que eles sentem de nossa companhia. Somos a segurança, o porto seguro, a margem… Somos seus heróis, seus amores… Somos a certeza do amor sem restrições, sem medidas, que tudo suporta e tudo perdoa.
Em um mundo onde muitas pessoas buscam a independência, impondo-a, muitas vezes, a duras penas, estou na contra mão do processo… Ainda que saiba que esta independência, na sua hora e no seu tempo, vai chegar sem pena, eu, que vivi e vivo na mais intensa escala esse processo de desmame, tenho plena certeza que vou morrer de saudades do tempo que eles ainda estavam à sombra de minhas asas.
Este blog vai narrar um pouco das minhas experiências como mãe, como ser humano, como cristã! Sejam bem vindos todos que desejem participar dele de alguma forma.