segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Sombra de uma Mãe e seu Eterno Desafio...

Às vezes as segundas possuem um sentimento extra além da saudade...
Um sentimento que parece ser comum a muitas mães, mas cuja coletividade não diminui nem ameniza este sentimento.
Hoje ele acordou ainda mais latente em mim, convertido em uma forte enxaqueca que só aumenta com a enorme vontade de chorar que sinto neste momento.
Nada me deixa tão triste comigo mesma do que perceber que mesmo diante de inúmeras tentativas de melhorar, continuo falhando na mesma coisa, em uma freqüência menor, talvez, mas isso não melhora em nada esse peso que sinto em meu coração.
Foi um fim de semana cansativo, embora cheio do amor deles. E embora eu não tenha explodido com nenhum deles, a irritação e a impaciência foram obstáculos para tornar estes dias divertidos. Pelo menos para mim...
É que as crianças sempre nos perdoam no segundo seguinte... Mas esse perdão não necessariamente significa que não tenhamos deixado marcas em seus corações.
Começo a semana de contador e de coração zerados. E com mais uma promessa de paciência a ser cumprida. Mas, nesta semana, vou incrementar a promessa com Jejum e Oração. Se sou incapaz de mudar sozinha, tenho fé que no Cristo hei de encontrar o meu turning point.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um Pouco Mais de Disciplina Positiva

Chegou a ser engraçada, para não dizer imatura, a reação de algumas pessoas quando comecei a falar de Disciplina Positiva...
Muitas delas, aposto, sequer sabem o que significa - assim como eu, que ainda estou aprendendo e gostando -, e associam a prática, automaticamente, à permissividade.
Bom, não posso (ainda) falar nem "de" nem "sobre", já que estou engatinhando nesta prática, mas posso dizer que o pouco que li tem me ajudado no meu processo de transformar o #DesafioYellLessLoveMore em um comportamento diário e não apenas em um desafio momentâneo.
A curiosidade nasceu da minha insatisfação e, por que não dizer, do meu fracasso em impor determinados comportamentos aos nossos filhos... Quando se tem uma creche em casa, o saldo devedor na conta SONO é sempre grande e, consequentemente, o débito estende-se à conta PACIÊNCIA. Como resultado, temos gritos, descontroles e irritação na mãe e choro, birra e carência nas crianças.
Comecei a perceber, então, que elas começaram a refletir o meu estado de espírito e, consequentemente, em muitos aspectos, seus comportamentos eram o meu reflexo nu e cru.
Foi quando decidi mudar, a qualquer custo, transformando meu temperamento excessivamente explosivo. E assim, comecei meu desafio, minha saga... E assim nasceu uma nova mãe...
Faz parte deste desafio compreender minha missão e abraçar minha vocação. Ser mãe, sem a menor sombra de dúvidas, é o que me dá mais prazer nesta vida, mas este fato, nem por isso, torna a tarefa simples ou a jornada leve.
Hoje, lendo a respeito do tema, percebo que o meu desejo de mudar através do #DesafioYellLessLoveMore, de certa forma, já era uma prática desta disciplina, uma vez que minhas mudanças foram percebidas por eles e trouxeram resultados. "As crianças estão acostumadas a certas reações por parte dos adultos. Quando mudamos nossas reações, elas provavelmente irão exagerar seu comportamento (piorar) em seu esforço de nos fazer reagir da maneira que supostamente deveríamos fazer. Quando uma criança percebe que suas táticas de manipulação não funcionam, provavelmente vai testar de novo apenas para ter certeza. O mau comportamento torna-se menos intenso com períodos mais longos de estabilidade, quando a Disciplina Positiva é usada de forma consistente." Eu experimentei isso com Sophia, quando, ao invés de responder às birras dela com gritos eu simplesmente comecei a falar manso.
Por aqui continua o desafio, continua a busca, continuam os limites... Na verdade, o que tem mudado, apenas, sou eu...
Mudado meu temperamento, mudado minha abordagem, mudado meus limites...
E, citando alguém que muito admiro, tenho sido a mudança que desejo ver!
Tenho certeza que é só uma questão de tempo para perceber, neles, estas mudanças também.
#DesafioYellLessLoveMore #Dia10
Citação do livro Disciplina Positiva de Jane Nelsen.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O Vínculo da Afeição!

É a constante luta contra minha própria sombra, ou contra o que restou dela depois que me tornei mãe, que dia a dia tem me redefinido como ser humano.
Uma luta contra os conceitos e paradigmas que foram construídos ao longo de anos, que buscam qualquer outra coisa exceto fortalecer o vínculo entre mãe e filho.
Tudo na maternidade, hoje, é sinônimo de anulação, de sacrifício, de trabalho... E essa constante lamúria há tempos vem me incomodando e me intrigando, como aquele sapato lindo que vemos na vitrine e que esconde, em sua beleza, aquele calo sensivelmente dolorido.
É no mínimo estranho esta gritante luta pela independência das crianças em favor da liberdade de seus pais. E o mais sinistro nesta situação é a total cegueira de alguns pais que insistem em seguir qualquer vento que sopre, exceto seu próprio entendimento, seu próprio instinto.
São pais que sofrem sentindo culpa quando seus filhos compartilham a cama mas são incapazes de sentir esta mesma culpa por deixarem seus filhos em tempo integral em uma escola.
São pais que tiram férias de seus próprios filhos por que, hoje, férias e filhos são sinônimo de cansaço, de trabalho e não de prazer.
Aos poucos, a mentalidade destas mães foi sendo moldada e hoje, este dom único, esta dádiva divina, carrega consigo o preço da independência, os traços do desamor...
Dedicar-se aos filhos, hoje, é sinônimo de organizar suas agendas e administrar suas atividades, é colocar as crianças em tempo integral em uma escola despachando-os em transportes escolares para economizar o tempo que é dedicado à carreira; é colocá-los em frente a uma TV para poder ter mais tempo livre para fazer o que deseja; é deixá-los chorar até que aprendam - ou acostumem - a dormir sozinhos quando ainda são bebês para que seja possível dormir da mesma forma que antes deles terem nascido... Quantas vezes ouvi: "Não sei como você aguenta ficar em casa com três crianças!";"Você precisa de uma babá para poder dormir à noite."; "Você precisa descansar!"... Quantas pessoas me olham com ar de reprovação quando digo que só dormi longe de meus filhos quando precisei ir ao hospital para os partos, como se  se fazer o que desejo fosse uma escravidão...
E foi assim, nesta rotina de constantes descobertas que me vi imersa neste universo tão maravilhoso, tão cheio de amor... E este amor, assim como em um processo de conversão, foi dia a dia me modificando, aparando as arestas, abrindo possibilidades e despertando desejos. E, sem perceber, os traços deste amor me redefiniram, me transformaram.
Nesta minha constante luta por ser alguém melhor para eles, alguns termos foram solidificando o entendimento desta sublime missão que é ser mãe: acho que a criação com apego e a disciplina positiva já me riscaram como tatuagem... E, neste caminho, não deixo rastros para sequer cogitar em voltar: em um mundo com conceitos cada dia mais flexíveis, a  virtude, muitas vezes, está no extremo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pequeno Príncipe em Crise...

Amanheceu...
A miúda me desperta antes das 05:00 e se estica toda no berço me pedindo para tirá-la de lá.
O quarto ainda escuro é um aliado para enganá-la. Sem saber se já é dia, aninha-se como uma gatinha manhosa em meus braços e eu fico ali, me embriagando naquele cheiro viciante, agarrada àquele corpinho minúsculo cheio de dobras.
Ao meu lado, o pequeno príncipe ronca...Por vezes tenta colocar o dedo na boca, mas eu gentilmente retiro. Um gesto que se repete várias vezes durante a noite.
Dormimos lado a lado, agarradinhos... E eu sussurrei em seu ouvidinho várias vezes o quanto o amo, o quanto ele é único e especial.
Tenho percebido nele traços de ciúme, carência, uma rebeldia gratuita... Tentativas claras de reclamar atenção através do choro, da desobediência, da regressão...
Por momentos é algo realmente cansativo e irritante e demanda de mim um auto controle que só mesmo com intervenção divina sou capaz de manter. Por outro lado, a certeza de que estes comportamentos são frutos de um coraçãozinho inquieto e sentido me leva a encontrar aquele resto de fôlego que se dedica única e exclusivamente à ele no nosso momento de dormir.
São conversas ao pé do ouvido, sussurros, diálogos do nosso dia que alimentam nosso amor e inspiram nossos sonhos. Quanto tempo ele ainda desejará dormir assim comigo? Não sei... E nem gosto de imaginar! Este tempo ainda nem passou e eu já sinto a saudade me riscar...
Saí de casa e ele ainda dormia... Ligo para saber se acordou, se chorou, como está... Conversamos pelo telefone em uma tentativa (minha) desesperada de diminuir a saudade que sempre é muito mais intensa nas segundas feiras...
Ele me diz:"Queria ter dado um cheiro, um abraço e um beijo!", eu respondo que também gostaria, mas que ele dormia tão sereno que mamãe não quis acordar. Me despeço com uma vontade louca de me teletransportar para ver aquele sorriso que me desmonta. Começo a contar os segundos para nosso reeencontro... É mais uma semana que começa!



Sobre o Homeschooling...

Há quem passe pela experiência da maternidade sem saborear nenhuma transformação exceto a física...
No meu caso, isso não foi possível... Principalmente por que eu desejei estas mudanças; na verdade, ainda desejo muitas outras...Meus filhos vieram como chegam os anjos... E cada experiência trouxe, consigo, uma enorme bagagem, tanto emocional quanto física.Algumas pessoas costumam dizer que depois do primeiro filho tudo fica mais simples, mas a simplicidade não diminui a emoção, a ansiedade, a expectativa...O meu coração, inquieto por natureza, tenta alcançar o que se passa na cabecinha de cada pequeno ser daqueles com tantos medos, anseios, transformações...Dia a dia, a busca foi se concentrando, assim como os sentimentos. De repente, as respostas começaram a surgir de maneira simples, bastou apurar um pouco mais meu olhar.Assim, esqueça manuais e receitas; esqueça TUDO o que construíram e venderam como fórmula para educar filhos. Tentar enquadrá-los em determinada categoria é, afinal, limitar suas capacidades, diminuir suas potencialidades e colocá-los na redoma do padrão, em uma aparente isonomia que, muitas vezes, os nivela pela fundo e os faz caminhar no sentido contrário.NINGUÉM é mais capaz do que um pai ou uma mãe para descobrir e incentivar nos filhos suas potencialidades; ninguém é mais capaz de fazê-los aprender a lidar com suas limitações, com seus temperamentos - e aprender com eles também - NINGUÉM.Permitir que usurpem isso dos pais e, ainda, legitimar essa usurpação como uma aparente proteção à criança é algo nefasto, diabólico, maligno.Aos poucos as escamas da "normalidade" caem e eu vou prosseguindo em um caminho desconhecido e pouco trilhado, mas com a luz que emana do alto, vou sendo guiada, conduzida.Afinal, é preciso ter fé para permanecer neste mundo...Afinal, é preciso crer que, ainda que contra a correnteza, nado, puxando a reboque, nossa família.Prossigo percebendo, cada dia de maneira mais cristalina, que nossas escolhas, fundamentadas NAQUELE QUE É, manterão nossos filhos (mentalmente) sãos e (espiritualmente) salvos.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Desafio Yell Less Love More - Bônus 01

Quantas vezes você disse: "Depois!" quando seu filho chamou para brincar?
Quantas vezes você disse: "Estou ocupada!" "Estou Cansada!"?
Qual foi a última vez que você sentou sem preocupar-se com a casa para limpar, com a rede social, com a pia de pratos para lavar?
Deixe a casa de lado, deixe os pratos na pia, abandone o mundo virtual e entregue-se de corpo, alma e coração aos seus filhos.
Este é o bônus de hoje.
Posso afirmar, sem a menor sombra de dúvidas, que o resultado deste abandono será pleno de amor e realizações...

Minha Constante Luta e Meu Novo Desafio

Mães vivem cansadas...
Pelo menos quase todas que eu conheço...
E eu, lógico, não poderia ser diferente...
Mas, com o episódio da mudança, esse cansaço triplicou, transformou-se em torcicolo, migrou para uma gripe, mesclou-se com uma enxaqueca e... a mãe irritada e desequilibrada voltou!
Voltou cheia de NÃO desnecessário, cheia de olhar de repressão, cheia de irritação, de reclamação, de resmungos e de tudo que eu mais detesto em mim!
Sim, eu luto contra esse meu gênio com toda minha força física e espiritual, e um dia hei de lançar fora o "homem velho" para revestir-me do "homem novo".
E, para isso, preciso estar sempre atenta, vigiante, tentando matar de inanição comportamentos que não desejo alimentar e, assim, transformando-me de maneira permanente.
A maternidade veio ao meu encontro como minha salvação, como minha chance concreta de realização. Veio dar continuidade ao amor, frutificando e nos perpetuando para outras gerações.
O meu desejo, lógico, é formar pessoas com valores e virtudes, pessoas que farão diferença por onde passarem e, para isso, eu preciso ser exemplo.
Por isso, aqui vou eu, iniciar novamente meu #DesafioYellLessLoveMore, incrementando-o com alguns bônus diários para que a superação constante e a vitória tenha ainda mais valor.
Quando comecei o primeiro desafio, fui recebendo, aos poucos, comentários e perguntas de como estava sendo, se como eu conseguia... E pude perceber, em um universo pequeno de pessoas, que muitas mães - e pais também - sentiam o mesmo que eu sentia, torciam e se identificavam com o que eu postava. Não é um consolo, mas alivia um pouco o peso que muitas vezes carrego de me sentir uma bosta quando perco o controle.
Assim, se você também não está feliz com seu comportamento, com sua impaciência e com o convívio diário com o remorso e a culpa, #VemComigo!
Hoje é só o primeiro dia!!!




terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um Novo Lar!

Aos poucos e com muito trabalho a casa vai ganhando a nossa cara...
As caixas vão ficando vazias e os cômodos preenchidos com as nossas coisas; um espelho do que vivemos e um reflexo do que ainda sonhamos aqui viver... São os retratos nas paredes, os santos pela casa, os livros nas estantes, os brinquedos que denunciam que há crianças aqui, graças a Deus.
Os pés sinalizam o ir e vir. Inchados e doloridos, latejam quando me deito. Do couro cabeludo ao dedo do pé tudo é dor: dor de exaustão, dor de satisfação, dor de quem deita exausta mas fica pensando em tudo que ainda falta por em ordem.
É o caos que antecede a organização; é a alegria de encontrar o lugar perfeito para cada coisa, a satisfação de perceber a gratidão e a admiração pelo seu trabalho, pela sua dedicação.
A casa menor acolhe melhor, mas exige malabarismo para guardar o que antes repousava nos armários que sobravam. No meio da arrumação, coisas ganham novos donos e novos destinos. Uma tentativa de desapego dificultada pela história que cada coisa traz em si.
Estes dias fui menos mãe e mais faxineira, arrumadeira, pedreira, eletricista, carpinteira... Eles, livres do meu olhar de lince, brincaram até o limite da exaustão, sujaram-se na lama do divertimento, usufruíram de um jardim que já acolhe suas pegadas e seus sorrisos.
O cachorro, em sua nova casinha, parece sorrir de satisfação. Cava, deita, corre, brinca, late, pula... Observa atento seus companheiros pensando, certamente, quão desajuizados são, quão loucos por ele são. E ele retribui, mordendo sem machucar, lambendo, choramingando quando eles se ausentam cruzando o portão para a rua.
No momento, o silêncio é quebrado pelos grilos. Todos dormem em seus novos cômodos, limpos e cheirosos, recuperando as energias para a semana que começa.
É o tempo que não para. É a vida que segue dando o rumo. É a certeza de que a felicidade já reside aqui, de que o amor já ocupou seu espaço e de que esta casa já pode ser chamada de NOSSO LAR.