sábado, 7 de maio de 2022

São Josemaria Escrivá


Terminei, recentemente, a biografia do meu amado São Josemaria. A que li foi escrita por um de seus filhos, Hugo de Azevedo, e ricamente editada pela Minha Biblioteca Católica. 

Se me impressionava suas obras (até então só tinha lido seus livros), muito mais me impactou sua biografia, fazendo-me concluir que São Josemaria é INACREDITAVELMENTE  maior do que as suas obras.

É impossível terminar esta biografia da mesma forma que quando iniciamos ela, mas gostaria de destacar, neste post, o penúltimo capítulo, entitulado "Por Amor à Igreja".

Para as circunstâncias adversas que o abraçavam à época, e que tanto lhe preocupavam e doíam, São Josemaria tinha apenas uma resposta: REZAR.

Neste capítulo, é possível perceber que o Santo já estava navegando em águas mais profundas na sua espiritualidade, como se já estivesse por sentir que sua jornada, aqui, estava prestes a findar.

                "Eu peço a Deus que me leve, pela Igreja. Aqui já não faço mais do que estorvar, e no Céu poderei ajudar mais."

São Josemaria me ensinou, com seus escritos, a santificar meu trabalho cotidiano, mas com sua biografia, me ensinou a amar a ainda mais a Deus, a Vigem Maria, a Igreja e tudo de imenso que ela representa.

Me ensinou inúmeras jaculatórias que já sigo repetindo diariamente em minha rotina diária: "Fiat, adimpleatur", isto é, Faça-se, cumpra-se", como ele nos ensina em Caminho (691):

                "Tens contrariedades? Diz muito devagar, como que saboreando, esta oração forte e viril: Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas - Amém. Amém."

À jaculatória "Fiat, adimpleatur" acrescentei "In laetitia, nulla dies sine cruce!"- com alegria, nenhum dia sem cruz! Pois  como ele mesmo escreveu: "O sacrifício com Amor é uma alegria imensa, mesmo nos momentos mais duros (...) Podemos amar o Senhor mesmo estando partidos, meus filhos."

                "A dor é o martelar do artista, que quer fazer de cada um, dessa massa informe que nós somos, um crucifixo, um Cristo, o alter Christus que devemos ser."

E, aqui, peço licença para transcrever um excerto do livro A Divinizacão do Sofrimento, de Adolphe Tanquerey:

            "Felizes as almas que compreendem essa lição e se oferecem também como vítimas ao Amor misericordioso, em união com Aquele que, desde o início de sua vida, ofereceu-se ao Pai como hóstia para substituir todos os sacrifícios da Antiga Lei! Não se trata de buscar sacrifícios extraordinários, mas de dizer, como Jesus: "Eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa vontade". A humilde submissão à vontade de Deus nas menores coisas, o cumprimento fiel de nossos deveres de estado, o esforço sempre renovado para agradar a Deus em tudo, a aceitação cordial dos contratempos, dores e humilhações, sem queixas ou desculpas, eis o gládio que imolará a cada dia e a cada instante a nossa vontade e nos transformará em vítimas. Se oferecemos esses sacrifícios em união com Jesus e por suas intenções, eles terão parte no valor e na eficácia de seu próprio sacrifício e contribuirão para santificar-nos e para salvar outras almas."

Das inúmeras virtudes que identifico em São Josemaria, a humildade é a que mais me impressiona. E eu me vi com lágrimas nos olhos quando li esta passagem que transcreverei integralmente pois aqui não tenho limite de caracteres. Trata-se do encontro dele com duas moças, uma delas convertida ao catolicismo depois de conhecer o Opus Dei. Ela fala-lhe sobre uma tertúlia com o Padre que a impressionou profundamente, ao que o Santo responde:

            "Minha filha, a mim não tens o que agradecer. O que aconteceu quando assistias àquela tertúlia foi que Deus te escreveu uma mensagem, uma carta. Quando se escreve uma carta, mete-se dentro de um envelope e envia-se. Ao recebê-la, abre-se o envelope, lê-se a carta e deita-se fora o envelope, porque não serve para nada. Quem escreveu a carta foi Deus Nosso Senhor, e o envelope sou eu. Por isso, dá graças a Deus; e comigo não te preocupes".

Terminei este livro IMPACTADA pela vida deste Santo, desejosa de imitá-la, de fazer-me instrumento de Deus como ele, apesar de mim, de minha pouca fé, de minha falta de virtudes... Sabendo que "o que é néscio, o que não vale nada, o que quase não existe sequer, tudo isso toma o Senhor e o põe ao seu serviço."

"Fiat, adimpleatur!" 

                "Tu és Quem és: a Suma Bondade. Eu sou quem sou: o último trapo sujo deste mundo apodrecido. E, no entanto, olhas para mim, e procuras-me, e amas-me! Senhor: que os meus filhos olhem para Ti, e Te busquem, e Te amem. Senhor: que eu Te busque, e Te veja, e Te ame!

É tudo que Te peço, Senhor.

Waleska Montenegro.