sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A Visita do Papai Noel

Ano passado, em uma das nossas tentativas de fazer Gabriel parar de chupar o dedo, simulamos um telefonema do Papai Noel o que já os deixou em êxtase.
Este ano, tínhamos que nos superar... E considerando a fase bem difícil que passamos com Gabriel por aqui, contratamos um Papai Noel para vir na nossa casa.
O dia escolhido foi hoje! E esta tarde ficará não apenas na memória deles, mas nas nossas, que pudemos experimentar toda a magia e encantamento que este personagem desperta neles.
Tudo foi muito bem encenado e planejado. Eu estava dando a aulinha deles quando escutamos um HO HO HO vindo do portão. Eles correram para a janela e congelaram ao contemplar aquela figura mágica adentrando na nossa casa.
Desceram as escadas quase voando e pararam na porta, sem conseguir sequer responder quais eram seus próprios nomes.
Passado o choque, o Papai Noel senta no nosso sofá e começa a conversar com eles como se fossem antigos conhecidos. Mencionou o telefonema do ano passado, as brigas deles, a visível melhora no comportamento de Gabriel, ressaltou a importância de obedecer os pais, de estudar, escovar os dentes, lavar as mãos... 
Em particular, pegou cada um no colo para ler a cartinhas que eles fizeram e que eu simulei ter colocado nos correios. Eles simplesmente não acreditavam naquilo que estava acontecendo! E, entre a incredulidade e a fantasia, logo começaram a conversar com o bom velhinho como se fossem velhos amigos.
Eu escrevo este post com lágrimas nos olhos, emocionada e ofuscada pelo brilho que os olhos deles irradiavam. Sophia não sabia se ficava com o Papai Noel, se corria para chamar as crianças da vizinhança... Foi a que ficou mais excitada e encantada com tudo. Não me resta dúvida que hoje tudo isto estará em seus sonhos!
Beatriz travou em meus braços. Com um de seus bracinhos me envolveu com uma chave que nem mesmo Van Damme tirava ela deles. Depois de algum tempo, aceitou que ele a desse um beijo e apertasse a mão, ficando a foto apenas com ela em meus braços.
Ele se despede e diz que seu trenó ficou estacionado na mata, onde suas renas comiam folhinhas. A mata fica a meio quarteirão de nossa casa e ele caminhou na direção dela enquanto eles, eufóricos, comentavam o ocorrido.
Com tudo já previamente combinado, o pai vai para a rua ver se ele realmente já se fora. E grita chamando a dupla para mostrar que o Papai Noel havia esquecido o seu gorro. Corremos em direção à mata para tentar entrega-lo. Mas ele já havia sumido... Como prova de que havia passado por lá, ficou uma de suas botas, o que os deixou ainda mais impressionados por imaginar que ele havia mesmo entrado pela mata e ido embora...
Eles voltaram encantados pela rua, um com o gorro, outro com a bota... Os sorrisos engolindo as orelhas, os olhos irradiando a luz que este encantamento emite... Momento único, lindo, inesquecível!
Sophia comenta: "Mas ele vai chegar na casa das outras crianças sem o gorro?" Eu digo que vou guardar para não sujar. Ela replica: "Se você encontrar com ele, você devolve, tá?"
Aceno que sim. Eles saem para contar a visita para os amiguinhos.
Eu sento para escrever enquanto Bia pinta com os lápis que o "Noiel" deu para ela...
Respiro, suspiro e sorrio... 
E finalizo com a certeza de que este ano o natal deles será mesmo inesquecível.







quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobre o Tempo, Fraldas e Xixis...

A maternidade, hoje em dia, parece ter um manual e qualquer criança que não se enquadre nele logo é rotulada ou, na pior das hipóteses, estudada e medicada.
Tenho três filhos, cada um mais diferente que o outro, e sempre respeitei demais o tempo de cada um, pouco me importando com as regras que infringi - e continuo infringindo.
Não, eu não espero outra coisa senão a reprovação de 99% das pessoas com as quais convivo quando o assunto é a educação deles, mas graças a Deus eu não tenho mais 17 anos, onde a aprovação das pessoas era algo vital para mim. Eu chamo isso maturidade, e me impressiona como hoje em dia 99% destas mesmas pessoas parece ter parado neste tempo!
Eu poderia discorrer linhas e mais linhas sobre a socialização, mas hoje eu vim falar de desfralde. Vim falar em como eu respeitei todas as mudanças que passamos por aqui com a chegada de cada um para, enfim, poder fazer novas transições.
Quando Gabriel nasceu Sophia ainda era uma bebê, tomava mamadeira, acordava mil e duzentas vezes à noite e houve momentos em que eu o amamentava em um peito e dava a mamadeira para ela deitada em minha perna. Não percebi nela os riscos do ciúme como o percebo hoje em Gabriel com relação a Beatriz, mas é lógico que ela regrediu em alguns pontos, só que sendo bebê, isso foi muito mais fácil de preencher e corrigir.
Quando Beatriz chegou, Gabriel estava perto de fazer três anos. Não, no início nenhum dos dois ligou para aquele pequeno ser que dormia muito e mal se mexia, com exceção das crises de cólica que ora os irritava pela impossibilidade de escutar a TV, ora partia seus pequeninos corações já riscados pelo amor.
Eu fui levando... E à medida que Bia se transformava em uma bebê encantadora, os comportamentos deles regrediram em determinados pontos como uma tentativa desesperada de ter a mesma atenção que a pequena indefesa tinha. 
Mas Gabriel apresentou uma alergia ao leite, e foi então que eu aproveitei para tirar a mamadeira deles. Sophia estava com 5 anos e ele com quatro, mas mantinham o hábito do leitinho morno ao acordar. Tudo transcorreu sem choros, apenas com uns poucos protestos...
Recentemente resolvemos retirar as fraldas. "Quando eles acordarem de fralda seca, este é o momento." Se eu fosse esperar por este momento, certamente teria que comprar fraldas geriátricas para eles! Temos, então, enfrentado noites bem difíceis, cheias de lençóis molhados e de idas ao banheiro carregando a duplinha. O dinheiro das fraldas foi revertido para o sabão, o amaciante e a energia e seguimos contabilizando 3, 4 noites de xixi com 1 seca à medida que eles se orientam e se acostumam.
Como tudo na maternidade, isso é uma fase! Assim como a mamadeira, o cocô na fralda, a chupeta ou o dedo na boca e diversas outras pelas quais já passamos com louvor ou não.
Sigo por aqui lavando muito lençol mijado, agradecendo ao inventor do protetor de colchão diariamente, mas aprendendo muito com eles que são a prova viva daquela passagem que diz: Há um tempo para tudo debaixo do céu!