domingo, 30 de agosto de 2015

Um Dia de Domingo.

Domingo...
A chuva que faz a grama vibrar de alegria faz também a temperatura cair e, com ela, despenca a minha vontade de levantar às 05:00...
Mas ela é pontual! Com seus resmungos ininteligíveis já demonstra que não quer mais ficar no quarto e reclama para sair.
Apresso-me antes que ela acorde Gabriel. Se ele já está insuportável dormindo bem imagine com sono! Descemos e ela já pede para ir para o chão. Explora tudo, olhos vivos, mãos ágeis e rápidas. Não posso tirar o olho pois a boca é o destino para tudo.
A noite partida demonstra seus sinais nos incontáveis bocejos que dou. Há uma disputa sonora entre eles e a minha barriga que ronca de fome. Engano Beatriz com uns bolinhos de goma para ela ficar na sua cadeirinha enquanto improviso um café para matar a fome e despertar. O dia de hoje é sempre mais longo e preciso de energia e doses cavalares de paciência para suportar.
Vou me abastecendo com o sorriso dela que, além de abrigar luz maior que o sol, já apresenta dois dentinhos lindos.
Aos poucos, sentindo o cheiro da comida, a casa vai acordando... Cada um que desça a escada mais ofuscado, descabelado e lindo.
A chuva nos mantém entre quatro paredes... Vendaval e Ventania começam a desordem!!! Aos poucos, a casa é invadida pelo som de suas risadas. Depois de responder uns 1500 "Mamãe!" consigo finalmente terminar de tomar meu café.
A chuva se despede e leva consigo as nuvens que escondiam o sol. Sem demora, a rua é invadida pelas crianças que ela prendia em casa. E, assim, começam os encontros, as visitas...
Apesar de todas minhas tentativas de evitar conflitos, Gabriel entra no modo "Garoto Problema" e começa a arrumar confusão com um dos amiguinhos. Primeira crise do dia! Choro, grito, histeria, mais choro... Ne sei quanto tempo durou, mas me pareceu uma eternidade.
Domado, ficou em casa sozinho usufruindo seu castigo enquanto Sophia brincava na casa vizinha.
Cai a tarde... E, com ela, mais crianças chegam para aumentar a patota. Eles brincam na terra molhada, correm, brigam... Consigo contabilizar sete incluindo Beatriz que demonstra toda alegria de estar naquela farra balançando eus bracinhos e suas perninhas enquanto dá gritos de euforia.
Escurece... Subo com eles para um banho coletivo com direito a bucha para tirar o grude do dia. Olho para aquela água marrom que escorre daqueles corpinhos ensaboados... Um dia inteiro de brincadeiras e ainda estão com um tanque de energia para dissipar.
Beatriz já demonstra o cansaço de um dia inteiro engatinhando. Subo com ela para o combo banho+leite+cama. Ela apaga.
Alimento a dupla que a esta altura, limpa e cheirosa, assiste TV sem resmungar. Ao final de mais uns 1500 "Mamãe!" consigo enfim terminar de jantar.
Junto-me a eles para mais alguns minutos de desenho. Neste instante, percebo que há tempos não me deitava assim com eles, tão aconchegada a eles, nos esquentando mutuamente, jogando conversa fora, rindo das bobagens nos desenhos, sem interferência de internet ou eletrônicos, sem precisar dividir minha atenção com ninguém exceto com eles.
Às 08:30 eles se entregam... E o silêncio retorna para o seu lugar na casa. Apesar de não ter conseguido sair do negativo, hoje tive progressos na minha infinita e incansável tentativa de vencer o #DesafioYellLessLoveMore.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Criança Mais Feliz do Pedaço.

Tenho uma fome quase insaciável de ler...
E, desde que fui mãe, para ser exata quando recebi o exame positivo de Sophia, comecei a ler tudo que achava interessante e apropriado ao universo materno.
Já li muita coisa, muita coisa inútil inclusive, mas, mesmo naqueles livros onde eu percebia que não aplicaria quase nada do que lia, sempre existia algo que eu "adaptava" à minha realidade de mãe.
Acho que, na verdade, nascemos mesmo com o instinto, umas com ele mais aguçado que outras, certamente...
Comigo foi assim... Não sei se por ser um desejo que sempre habitou em meu coração, mas desde o primeiro instante em que a segurei em meus braços, eu sabia que NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM, poderia fazer melhor o que eu, à partir daquele momento, faria por ela. E foi assim, e está sendo, com todos três.
Mas a fase bebê de Sophia e Gabriel já passou... E, hoje, tento fazer por eles o melhor que posso na mesma proporção, na mesma intensidade, mas, confesso, há dias que me pergunto se estou conseguindo mesmo, tamanha é a sensação de fracasso.
Por isso, dei um tempo em minhas outras leituras para ler este livro que dá nome a este post. E, embora muita coisa ali seja utopia, tenho aplicado algumas coisas e percebido resultados.
As birras por aqui continuam em uma intensidade LOUCA! Principalmente da parte de Gabriel que tem feito TUDO e mais um pouco para me tirar do sério. Parece até que sabe que estou tentando com todas as forças vencer meu #DesafioYellLessLoveMore...
Há alguns dias as coisas por aqui simplesmente enlouqueceram e eu estou me sentindo em uma ladeira, descendo na banguela. Choro por todos os lados, gritos, brigas, birras... E um não sei quanto de outras variáveis que impliquem paciência de santo!
Eu estou há dois meses tentando vencer um comportamento meu, na esperança de que, como exemplo, consiga vencer o comportamento de duas crianças. Mas, olhe, tem horas que parece mesmo IMPOSSÍVEL!
Bem, desabafos à parte, vamos ao lado Polliana do post...
Há dois dias, em meio à tempestade, comecei a aplicar algumas "técnicas" para tentar acalmar minha dupla dinâmica Vendaval e Ventania...
 - Comecei procurando identificar a linguagem do amor deles (Do Livro As 5 Linguagens do Amor, de Gary Chapman). E, com isso, tenho sempre tentado demonstrar, na linguagem de cada um, o quanto eu os amo.
 - Através de outros livros (The Temperament God Gave You de Art Bennet e Temperamento Controlado pelo Espírito, de Tim Lahaye), estou aprendendo a lidar com o temperamento típico de cada um (e com o meu próprio), embora ainda tenha dúvidas em qual temperamento enquadrá-los e enquadrar-me;
 - Tenho aplicado algumas técnicas bem simples e bobas do livro A Criança Mais Feliz do Pedaço e, surpreendentemente, tenho visto resultados, como por exemplo, dar atenção exclusiva a cada um por um mínimo de tempo que seja; incentivado e elogiado seus bons comportamentos à despeito de ficar o tempo inteiro reclamando, parado minhas atividades várias vezes ao longo do dia para dedicar um pouco de atenção a eles e, literalmente, IGNORADO as birras de menor intensidade. É que eu estava percebendo em mim um espelho do comportamento deles e fazendo birra também. Parece brincadeira, mas não é! Em certos momentos eu simplesmente não abria e só deixava passar quando faziam100% do meu jeito. A receita é literalmente desastrosa, nem preciso dizer.
 Parece bobagem, mas às vezes nós só pioramos as coisas quando insistimos em impor a eles um comportamento que, aos nossos olhos é o modelo. Por aqui, percebi uma piora drástica no comportamento de Gabriel quando resolvi fazer guerra de braços com ele. Eu podia até vencer na força, mas estava longe de ser o tipo de abordagem dos sonhos.
Enfim, cada dia que passa percebo que não há uma receita de bolo para educar. Sempre haverá de ter aquele toque especial, aquele que só quem cozinha sabe dar.
Por aqui, o meu tempero tem sido a compreensão. E um pouco de plasticidade para a minha tolerância e para a minha paciência.
Felizmente, a criação de filhos está cheia de segundas chances...
Eu já nem sei qual segunda chance é esta minha!
Mas, vamos em frente! Enquanto tentamos ensinar um pouco a eles, seguimos aprendendo muito mais.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Evolução de uma Mãe e do seu Desafio.

"Se você quer tirar proveito da autoridade natural que Deus concedeu aos pais, aceite que seus filhos se tornem iguais a você, e eles o obedecerão com uma docilidade impressionante. Mas, se você tem horror de si mesmo, tente se corrigir a si próprio para poder servir de modelo em vez de corrigir a sua imagem projetada nos filhos. É simples, mas exige engolir alguns sapos."Olavo de Carvalho
Há dias venho questionando minha abordagem com Gabriel. E tenho percebido que, embora tenha melhorado muito no quesito descontrole, estou muito a desejar na questão da irritação, da paciência, da dedicação. Tenho tido dificuldade em realizar qualquer atividade sem que ele apronte alguma e me tire do eixo com a desobediência dissimulada e com o choro desmedido e escandaloso que se segue sempre que ele vai para o castigo.
Tenho percebido que de nada tem adiantado a marcação cerrada, que ele muitas vezes chora com ressentimento e não simplesmente por malcriação. Foi aí que vi um texto do Professor Olavo de Carvalho e, como no filme Uma Mente Brilhante, a minha mente abriu-se e meu coração deu sinal.
O #DesafioYellLessLoveMore prossegue, e seguirá por toda minha vida. Por mim, mas, principalmente, por eles. E este desafio tem operado mudanças em mim que, acredito, serão fundamentais para a construção de um lar harmonioso com filhos felizes e equilibrados.
Não adianta apenas não gritar, não adianta passar dias sem levantar a voz se o tempo que estamos dedicando a eles está sendo sem qualidade. É necessário organizar as prioridades!!! Deixar um pouco de lado a agenda lotada de tarefas e jogar com eles, brincar, deitar juntinho assistindo uma programação deles. Isso sim me faz ver resultados!
É muito difícil, para mim, perceber a sutil diferença entre um comportamento típico da idade e uma crise de ciúmes que reclama atenção, colo, amor, compreensão...
Quanto de mim não compreendeu isso...
Quanto de mim exigiu tanto dele...
Hoje rasguei o pano que cobria meus olhos, pedi a Deus ajuda e perdão, zerei mais uma vez o meu contador e fiz mil novos planos!!!
Nestes planos, os gritos que ecoarão serão de alegria e as marcas que eles deixarão serão pegadas de saudades.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Desafio Yell Less Love More

Há quase dois meses iniciei o #DesafioYellLessLoveMore: trinta dias ininterruptos sem gritar com os meninos. Neste intervalo, alguns recomeços, mas sobretudo, um infinito de mudanças positivas. Havia em meu coração o peso constante do remorso e da culpa. E por mais que eu justificasse a mim mesma que eu tinha motivos para ter perdido o controle, nada aliviava aquela sensação de fracasso que deitava comigo diariamente. Nestes quase sessenta dias eu não lembro quantas vezes tive que recomeçar, mas lembro que em apenas uma esta velha sensação me acompanhou quando deitei. Eu não concluí o desafio, muito pelo contrário, estou longe disso, mas os frutos que estou colhendo já fizeram valer a pena todo o esforço - e que esforço! Hoje, em particular, deito-me orgulhosa de ter conseguido ser a mãe que sonho me transformar. E, se já consigo visualizar em mim alguns traços dela, é por que outros que desejo matar já estão perdendo a força. Nesta dura batalha, tenho certeza, vencerá o amor, e os frutos que brotarão dele fará valer cada segundo deste desafio...