sexta-feira, 22 de abril de 2016

Maternidade: Uma História de Amor, Perdão e Recomeços

Coração de mãe tem labirintos de sentimentos, esquinas de saudades e encruzilhadas de solidão...
E muitas vezes, imersa nesta solidão de entendimentos, onde é difícil compartilhar e traduzir o medo, a dor e até mesmo a solidão, o coração parece encontrar abrigo apenas n'Ele, nos braços d'Ele, naquele ouvido que escuta e lê teus pensamentos íntimos, que justifica cada um dos teus medos e angústias, que preenche cada pedaço dessa tua solidão...
A maternidade é a mais plena, intensa e perfeita expressão do que é o amor... E, talvez por isso, ou exatamente por isso, é justamente nela que percebemos a necessidade de aprender a exercitar o perdão... 
E esse exercício de perdão passa, sobretudo, pelo nosso próprio perdão...
Perdão pelas vezes que perdemos a paciência;
Perdão pelas vezes que gritamos ou batemos;
Perdão pelas vezes que não conseguimos ser quem gostaríamos, ainda que tenhamos a consciência de que somos o melhor para eles;
Perdão pela displicência de não observar com toda atenção aquele desenho que nosso filho fez;
Perdão pelo não desnecessário, que muitas vezes se esconde em nosso comodismo;
Perdão pela irritação quando, ao final do dia, eles ainda possuem o dobro da energia que nos falta...
Perdão, simplesmente perdão...
Mas a maternidade é esse eterno recomeço, como aquela segunda que sempre marca o início de uma nova dieta, de um novo estilo de vida.
A maternidade está sempre nos dando a opção de uma segunda chance, uma opção de melhorar, de crescer como mãe, como ser humano...
Foi assim comigo, está sendo...
Luto contra meu gênio, contra minha hiperatividade de querer poder fazer tudo que eles precisam e, também, o que gosto...
Luto contra o cansaço ao final do dia, na hora crítica em que ele parece querer me derrubar e que eles parecem ainda estar despertando...
Luto contra a irritação das noites partidas que me deixam eternamente com sono...
Luto contra tudo que me faz, muitas vezes, descontar neles sentimentos e sensações que eles não merecem, que sequer conhecem e que só me entristecem...
Mas eu me apodero do amor de Deus, da Sua graça e do Seu perdão...  E recomeço...
Prometendo seguir lutando para transformar-me em alguém de quem se orgulhem, de quem lembrem com amor, admiração e gratidão...
Olho-me no espelho...
Ainda há sinais de quem um dia eu fui... 
Fecho meus olhos... O reflexo no espelho ainda é o mesmo, com algumas rugas, uns quilos  a mais, algumas cicatrizes no corpo... 
Poderia olhar-me com tristeza pela certeza de que não somos imortais, mas olho-me com orgulho pois quem eu fui está cada dia mais distante, partindo sem deixar nenhuma saudade, renovando-se naqueles e por aqueles que são, sem a menor sombra de dúvidas, os maiores responsáveis pelas curas, mudanças e alegrias de toda minha vida...
Hoje é sexta, mas poderia muito bem ser segunda...
Quem faz o dia e a hora é você! 


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