quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Qual o Caminho?

Almocei e, como de costume, passei na Livraria Cultura para sentir aquele cheirinho de paraíso...
Fico ali, sozinha, transitando entre as estantes de livros, garimpando algum tesouro, recuperando as energias para voltar ao trabalho.
São breves minutos, mas que me fazem tão bem...
Hoje saí de lá intrigada com a estante de livros dedicada à criação dos filhos. São tantos livros que acho até impossível alguém conseguir se manter atualizada neste ramo. E, caminhando de volta pela rua, com aquele sol rachando a minha moleira, vim pensando: será que existe alguém comprando?
Eu comprei alguns, é verdade, mas recomendo pouquíssimos...
De tudo que passou pela minha mente nestes 10 minutos de caminhada, uma pergunta não conseguia calar: por que as pessoas precisam tanto de ajuda para algo que é instintivo? Por que para cada "dificuldade" estamos sempre à procura de um livro ou de um manual de instruções?
Feliz ou infelizmente, na vida as coisas não funcionam assim... Muito menos na criação de filhos, na implementação de uma rotina, na educação... Por que tudo isso parte de uma visão de mundo e cada um tem a sua. Felizes aqueles que se encontram nesta mesma visão! Quando isso ocorre, há a comunhão, a partilha, e aí, talvez, exista realmente algo que possa ajudar sem que seja preciso quebrar tanto a cabeça.
Enquanto muitos estão sentados à espera do milagre, outros estão rezando por ele!
Me entristece ver que as pessoas estão cada dia mais preguiçosas, mais acomodadas, sempre em busca da fórmula mágica que diminua seu trabalho.
Criar filhos dá trabalho, exige empenho e dedicação. Mas quem quer ter que enfrentar o choro até conseguir descobrir a razão se há um livro que diz como calar sem mesmo saber o porquê?
Todo mundo quer um filho letrado, que leia um catatal de livros por ano, mas poucos abrem um para ler;
Todos querem filhos naquele modelo padrão: limpo, quieto e educado, prontinho para você dar o beijo de boa noite e, depois, ir fazer o que está a fim depois de um dia inteiro de trabalho.
É muito mais simples procurar uma solução no livro do que criar a sua própria!
Há, na maternidade, algo que livro nenhum conseguirá traduzir: o instinto!
E, ouso dizer, é ele quem te faz mãe, que te faz apostar na dose do remédio enquanto alguns sequer imaginam a doença, que te faz prever acidentes, que te arranca força e paciência de onde você nem imaginava ter.
Há, na maternidade, o lado divino, a presença do Todo, o milagre da vida que brota de um ventre e que te aproxima cada dia mais de Deus. Quanto mais nos tornamos d'Ele, menos ajuda externa precisamos.
É em Deus que encontramos as respostas, é n'Ele que precisamos buscar a ajuda, a força, a compreensão... Quanto mais distante a humanidade estiver d'Ele, mais as prateleiras de livros de auto ajuda irão crescer...
Lembremos, entretanto, que ninguém consegue sair da areia movediça puxando a si próprio pelos cabelos.


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