sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Metamorfoses...

Há na maternidade uma certa solidão...
E esta solidão é por vezes incompreendida.
É a solidão da saudade que bate quando você vira a esquina para ir ao trabalho;
É a solidão dos olhares de questionamento quando você recusa uma promoção, chefia ou viagem para não ficar longe de seus filhos;
É a solidão de sentir-se sempre em julgamento pelas suas escolhas e, também, pelos afastamentos que que estas escolhas naturalmente promovem...
Acho que isso é natural, não sei...
À medida que você vai se aprofundando em determinados assuntos, parece que seu mundo vai se restringindo, que sua tolerância diminui e este espaço de solidão acaba sendo seu lugar preferido, seu refúgio...
Saio de casa contando os segundos para voltar... Para aqueles que restringiram meu mundo, mudaram minhas escolhas, firmaram meus valores, solidificaram minha fé, acorrentaram-me com amor...
E, apesar de presa sem correntes, livre sou para permanecer ao lado deles, para viver por e para eles, para afirmar que se tudo hoje tem algum sentido, esse sentido foi dado por eles.
Quando as renúncias são feitas por amor, até a solidão torna-se prazerosa...

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