terça-feira, 21 de junho de 2016

Considerações Após Quase Seis Meses

A decisão de educar nossos filhos em casa foi amadurecendo à medida que as traves caiam dos nossos olhos.
Escandalizados com os absurdos praticados nas escolas, que ensinam tudo exceto o que realmente é necessário e imprescindível, passamos a ver a questão não apenas como uma possibilidade, mas como uma necessidade.
No ano passado, como fiquei grande parte dele em casa de licença, pudemos dar início aos estudos, mas de uma forma ainda precária, sem uma rotina mais firme, sem um planejamento certo. Ainda estávamos perdidos no caminho a seguir. Naquele instante, estávamos seguindo as preciosas recomendações do curso do professor Carlos Nadalim, mas ainda não sabíamos como avançar além deste patamar.
Foi quando eu comprei o Curso do Rafael Falcón Sobre Educação Literária da Criança, assisti suas palestras sobre o Trivium, comecei a ler o Teaching The Trivium e fui, assim, conhecendo esse universo APAIXONANTE que é a Educação Domiciliar e, neste particular, a educação clássica. 
Quando apareceu a oportunidade do meu esposo trabalhar em casa, surgiu a brecha que precisávamos para implementar a coisa de maneira séria e organizada. E, assim, em janeiro deste ano, nossos filhos foram oficialmente matriculados na nossa escolinha particular, no nosso mundinho de sonhos e contos de fadas!
Preparamos uma salinha só para eles, com uma mesinha da altura deles, com livros e lápis sempre ao alcance de suas pequenas mãos e com alguns símbolos que se espalham para além deste cômodo como uma forma de mostrar-lhes que, acima do nosso limitado conhecimento, é o próprio Cristo que nos direciona e capacita a instruí-los.
A evolução deles é visível e impressionante, com saltos que sequer conseguimos entender como acontecem. Cada um no seu ritmo! Por que muito mais importante que a velocidade, é a direção pela qual os estamos conduzindo.
Sophia está formando palavras, soletrando-as, a pequenos passos de completar sua alfabetização. Já caminha com certa desenvoltura no território da adição e acumula um vocabulário de mais de 150 palavras em inglês.
Gabriel segue seus passos como seu discípulo, em um nível mais abaixo mas nem por isso inferior para uma criança de sua idade. Como falei anteriormente, cada um tem seu ritmo e sua velocidade e saber respeitar isso é fundamental nos seus processos individuais de aprendizado.
Do nosso lado, estamos crescendo como nunca imaginamos... Como pais, como marido e mulher, como pessoas... A busca pelo conhecimento necessário ao ensino dos nossos filhos está contribuindo de uma maneira inimaginável na nossa própria RE-educação. As portas que abrimos para que pudéssemos conduzi-los por elas têm nos apresentado um mundo fascinante repleto de obras que jamais sonharíamos ler.
O sono, em certos momentos, perde até sua importância. A televisão torna-se uma alternativa impensável e descartável, a internet parece, enfim, assumir seu papel em pesquisas e leituras que deixam as redes sociais em segundo plano.
O convívio diário deles conosco nos transforma como a água transforma a rocha. Se somos - e nisto somos muito - limitados em virtudes como paciência, tolerância e temperança, estamos encontrando em nossos filhos a força necessária não apenas para cultivá-las, mas para regá-las de maneira que produzam frutos.
É um caminho difícil, não há dúvidas. Trabalhamos vencemos nossos próprios obstáculos, que acredito são os mais difíceis. Mas desistir nunca foi uma opção, principalmente quando temos em mente que esta alternativa é a única que possibilitará a eles uma consciência sã e uma mente firme em valores e princípios que serão, lá na frente, a rocha que servirá de base para todo o conhecimento deles.
Vale a pena! Cada olhar torto, cada expressão de surpresa e espanto, aquela sensação de estar nadando contra a corrente, tudo isso vale a pena, e em determinados casos tornam-se até motivo de graça em nossa casa.
De minha parte, posso dizer que cada dia que passa essa decisão afirma-se não apenas como a mais correta, mas sobretudo como aquela para a qual Deus nos trabalhou - e trabalha  - silenciosamente todos os dias. E não há nada melhor do que fazer a Sua vontade.

Um comentário:

  1. A cada post seu no Instagram, a cada texto seu no blog que eu leio, é como se eu tomasse dosses, de ânimo e coragem para o início dessa jornada, da educação domicíliar. Esse ano meu filho iniciou no 1° ano, mas quando o deixo na escola é como se, tirassem um pedacinho de mim todo dia, e a culpa é maior ainda, por deixar um ser(que e meu todo, meu) tão indefeso a mercê de outros, para construção de seu conhecimento 😔. Esse ano vou tirar para estudar o homeschooling, e orar bastante para que o meu marido entenda que é o melhor a ser feito. Bjus Waleska, que Deus continue de dando forças irmã, e capacitação para essa jornada e ofício tão lindo e adimirado.

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