quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O Adeus à TV

Quando tirei a TV percebi que muito do que tentava ensinar aos meus filhos, ela me roubava...
Percebi, de forma assustadoramente clara, quem era que estava ensinando aqueles comportamentos detestáveis que tanto me roubavam a calma.
Os dias ficaram mais tranqüilos, as crianças também, o som que escutamos aqui agora é o da conversa deles que antes só interagiam para pedir os brinquedos maliciosamente oferecidos nas infinitas propagandas que só alimentam o consumismo.
Por aqui, há momentos de silêncio também, quando só escutamos os sons das suas risadas e os gritos de alegria que chegam da rua ou do jardim quando estão brincando sozinhos ao ar livre ou correndo com o cachorro.
Se ainda me pedem para assistir? Sim, pedem, mas tão pouco que eu mesma me surpreendi com a facilidade de adaptação a esta nova rotina. Por instantes, reflito e até penso que a dificuldade maior em retirar este e outros vícios das crianças é própria de nós, pais e mães, tão atribulados, tão cheios de coisas para fazer que simplesmente negligenciamos e delegamos a atenção.
Em um mundo onde estamos sempre em alta velocidade, retirar o pé do acelerador pode significar também ter que voltar os olhos para tudo que acabava passando despercebido pela rapidez do olhar.
"O ritmo da criança não é o mesmo do adulto moderno das grandes cidades. O ritmo do adulto é artificial e regula-se pelo tempo mecânico do relógio; o ritmo da criança é vital e regula-se pelo tempo fisiológico e pelo tempo cósmico.
Importunada pelo adulto, que lhe diz continuamente "despacha-te", a criança acerta o passo, mas deixa de obedecer ao seu ritmo vital e perde o seu equilíbrio.
É muito importante, para a boa saúde da criança, não forçar o seu ritmo e evitar as pressas, atribuindo-lhe obrigações de modo a que ela as possa cumprir pausadamente, com o cuidado e a elegância de que Jesus Cristo Ressuscitado nos deu exemplo."
Por aqui a velocidade está sendo dia a dia reduzida... Tenho procurado viver de maneira leve, buscado silenciar cada vez mais a nossa casa e, assim, abrir espaço para que as crianças também amem o silêncio e tudo de maravilhoso que dele deriva. "O mundo deseja o barulho porque, no fundo, o silêncio é Deus."
Há quem questione e critique nossas escolhas por acha-las demasiadamente "radicais"... Mas nós prosseguimos! Em um mundo onde só se trabalha para criar leis que roubem a autoridade dos pais, nós seguimos tentando exercê-la nos moldes e padrões ditados pela Lei do Cristo.

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