A Lágrima de Gabriel.
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Ontem foi um “daqueles dias”!
E, por mais que eu fizesse a parte de sua "memória de curto prazo", situando meu sanguíneo na realidade, uma hora eu tive que fazer a voz de sua consciência, como o Grilo de Pinóquio.
Em determinado momento, lá pela milésima vez que chamei sua atenção, ele me diz:
"Mãe, vou ao banheiro rapidinho."
Eu não sei aí, mas aqui o banheiro funciona como o guarda-roupa de nárnia, só que ao contrário: para quem está dentro, o tempo parece não passar.
Eu, concentrada nas tarefas com Beatriz que ontem fazia ditado, só dei por falta dele sei lá quanto tempo depois. Ele estava lá, agarrado a algum livro de animal, enquanto a tarefa jazia na mesa.
Quando ele saiu, eu falei muito séria com ele, inclusive proibindo de ir para "nárnia" com livros na mão no horário de estudo.
Ele voltou à tarefa e a terminou chorando, sem levantar a cabeça uma só vez e fazer uma só pergunta.
Para os moderninhos da educação libertária isso é um absurdo; para mim isso é moldar sua vontade!
Cenas como esta são corriqueiras por aqui. Com exceção de Beatriz, os outros PRECISAM ser REBOCADOS e isso EXIGE de nós muito esforço.
Portanto, nossa luta não é por transformar as aulas em um espetáculo circense que suplica por platéia pois já temos bem claro o que esse tipo de educação promove; nossa luta é por mostrar para eles que o sabor da vitória (sobretudo sobre si mesmo) é salgado pois é fruto de suor e lágrimas.
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15/06/2021
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