Desde que retiramos a TV das crianças, muitos dos comportamentos que detestávamos sumiu, dando lugar a crianças mais ativas, comunicativas e criativas.
O processo ocorreu como uma desintoxicação, tendo seus picos de crises nas primeiras semanas, mas logo aquietando-se à medida que a mente ia se esquecendo dos constantes estímulos visuais, do incentivo desmedido do consumismo e do ócio de passar horas inertes em frente à TV.
Há algum tempo, entretanto, abri umas poucas exceções, ao final da tarde, com conteúdo previamente censurado. Foi o bastante para começar o lamento...
Não ligava todos os dias, já para não criar um hábito, mas percebi que eles passaram a me perguntar e a me pedir com freqüência e uma certa insistência que acabava em choro com a minha negativa.
Foi, então, que endureci novamente e cortei literalmente o mal pela raiz.
Confesso que há dias em que sinto MUITA vontade de ligar a TV, principalmente naqueles dias de chuva onde temos que ficar trancados com três crianças cheias de energia dentro de casa. Passei, inclusive, a cultivar uma certa compreensão pelas mães que apelam a esta vilã como aliada, mas minha consciência, graças a Deus, não me permite sacrificar meus filhos pelo meu comodismo.
Assim, por aqui, a TV virou enfeite de parede e eu, mais do que nunca, estou tendo que utilizar todo o meu potencial criativo para mantê-los entretidos nos dias de chuva.
À noite, quando estou já no cume da minha linha de exaustão e onde, a partir dali o cansaço já reflete em todas as relações. tenho abusado de um grande aliado: o LEGO. Eles passam horas brincando sem sequer perceber que estamos em casa!
Enquanto isso, consigo dar banho na miúda, colocá-la para dormir, tomar um banho, jantar e ler para eles. Uma rotina que, aos poucos, tem se consolidado, ainda que hoje esteja precisando de algumas adaptações.
Dos muitos benefícios que a ausência de TV me trouxe, a liberdade de poder fazer certas coisas sem sombras foi uma das melhores. É que, sem um entretenimento individualista, os dois começaram a brincar mais juntos, sozinhos, sendo necessária nossa intervenção apenas nos momentos de crise quando, rotineiramente, surge uma briga ou outra.
Não foi fácil. Ainda não é! Na verdade a maior dificuldade de livrar-se deste vício talvez seja mesmo dos pais que, cansados e já sem paciência, colocam ali qualquer coisa para gozar de alguns minutos de aparente paz.
Mas, por aqui, escolhemos o caminho mais difícil. E, creio, é este caminho que, dia a dia, tem traçado nosso caminho rumo à verdadeira conversão, rumo ao verdadeiro entendimento do que é doação, entrega, nos santificando dia a dia para, quem sabe, um dia ousar pensar em merecer o céu.
Muito bom texto e real! Aos poucos estou tentando fazer o mesmo aqui em casa. Um dia chego em seu nível se Deus quiser!!!!
ResponderExcluirO começo sempre é difícil, mas depois eles acostumam. :)
ExcluirQue Deus abençõe! Aqui em casa tb estamos retirando esse mal da vida de nossos filhos, limitamos o tempo de 1 hora por semana, e já temos percebido uma melhora muito grande no comportamento deles...
ResponderExcluirAqui fugimos cada dia mais da TV... E foi uma das melhores decisões que tomamos. :)
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