quinta-feira, 12 de julho de 2018

Socialização.



Dos inúmeros espantos que as pessoas demonstram quando digo que nossos filhos estudam em casa, a socialização está em primeiro lugar. Não parece estranho que, ao falar em estudar, as pessoas só se preocupem com a parte “social” do processo? NUNCA, e nunca é uma freqüência beeem considerável, ninguém perguntou: E eles aprendem? E eles já estão alfabetizados?

A falácia da socialização cai por terra quando estou com eles em algum lugar e eles se destacam pela desenvoltura e pelo comportamento ABSOLUTAMENTE igual ao de outras crianças. O problema da socialização não está em retirar as crianças (ou nunca colocá-las) em escolas, é muito mais profundo e vem sendo trabalhado tão sutilmente que as pessoas entram no jogo sem sequer saber das regras, lembrando, também, que estas regras mudam de acordo com quem as dita.

Assim, quando uma mãe que tem apenas um filho, que mora em apartamento, que deixa a criança o dia inteiro em frente a uma TV, que compra a coleção completa de "O Diário de Um Banana" vem com essa lorota para cima de mim, não tem como ser sutil e compreensiva não, tem que dar a ela um choque de realidade mesmo, porque ouso afirmar que 99% dos problemas de "socialização" das crianças é facilmente resolvido com um irmão, e não é "irmão de quatro patas" não, viu?

Mas a coisa foi tão bem feita que hoje em dia é impensável ter mais de dois filhos "porque eu quero dar o que eu não tive e um pouco mais", e aí, realmente, não tem como segurar a onda não... Porque para sustentar escola, inglês, kumon, judô, balé, natação, formatura de ABC nível Dubai, mochilinha anual do personagem da Disney preferido e os infinitos modismos consumistas que cobram 100 reais por uma boneca de 5cm e 300 em um tênis de neon, pais e mães apenas trabalham, transferindo suas rendas em favor deste capricho que acreditam ser o melhor para seus filhos.

A catástrofe resultante deste modelo já é vista há algumas gerações, só não acorda quem não quer! Mas é muito mais simples seguir os padrões e repetir o discurso! O problema é que a conta, quando vem, é rateada para todo mundo, mas sobretudo para esta criança, que cresce tendo TUDO em abundância exceto seus pais... 

Waleska Montenegro.

7 comentários:

  1. Já discuti (no bom sentido) tanto com minha mãe sobre a socialização. Ela é pedagoga, foi aluna de Paulo Freire e hj é que está acordando e descobrindo quem foi ele de fato. Só depois disso que ela passou a me entender, mas ainda assim, defende um pouco a socializacao

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    1. Como a escola não exerce mais seu papel (de transmitir conhecimento), criaram essa falácia de que é necessário colocar as crianças lá para "socializar", como se não existisse parquinho, Igreja, vizinhança...

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  2. Oi, Waleska!
    Nossa! Estou ainda assimilando seu post. Gostei muito! Tenho uma filha de 4 anos e de todo coração quero fazer a educação domiciliar. Porém, há muita pressão, inclusive da família, para colocá-la na escola. Eu não quero esse ritmo frenético para ela, sabe? Realmente, a única preocupação é com a socialização e convivência com outras crianças. Esse trecho que você publicou é de qual livro?
    Também fiz o curso do professor Carlos Nadalim, sou de Recife, mas atualmente moro na Bahia. Te achei procurando sobre o método Luk. rs.. Grande abraço e parabéns pelo seu papel na vida de seus filhos!

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  3. Meu Deus, esse texto é o melhor que eu já ! Muita verdade aí!! Que inspiração.! Obrigada por isso!

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  4. Obrigada por compartilhar suas experiências no seu blog.
    Estou aprendendo demais❤️

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